Avançam os trabalhos para a abertura ao público do Museu do Trabalho e dos Direitos Humanos, instalado no mesmo local onde funcionou um centro de tortura contra opositores do regime militar, no Primeiro Batalhão de Infantaria Blindada do Exército.
Sediado no município de Barra Mansa, região sul do Rio de Janeiro, a criação do museu, que na última sexta-feira (3) foi inaugurado de forma simbólica, é desdobramento de um Termo de Ajustamento de Conduta. O TAC foi firmado pelo Ministério Público Federal e a prefeitura local, com o objetivo de transformar a área em um espaço de Memória e Verdade, em homenagem às vítimas da ditadura.
A antropóloga e professora da Universidade Federal Fluminense, Ana Paula Poll, destaca a importância do espaço.
O batalhão foi um dos principais centros de tortura, entre o final dos anos 60 e início dos anos 70. Lá, os episódios de tortura atingiam também os próprios soldados, o que acabou levando à morte quatro deles, afirma a antropóloga.
O local ficou famoso também por ser o único caso conhecido em que a Justiça Militar condenou sete militares, de diferentes patentes, pela prática de tortura. As atividades do batalhão foram encerradas em 1973.
O museu é organizado pelo Centro de Memória do Sul Fluminense Genival Luiz da Silva, da Universidade Federal Fluminense, e fica localizado no Parque da Cidade de Barra Mansa. Os pesquisadores agora trabalham para a elaboração de uma mostra permanente no local, que também terá atividades pontuais de educação.
Fonte: Fonte: Agência Brasil