Um em cada quatro brasileiros conhece uma mulher vítima de violência doméstica cometida pelo próprio parceiro. Isso inclui maridos, namorados e ex-companheiros. Os dados são de uma pesquisa realizada pelo Datafolha. O levantamento aponta que foram quase 6.800 agressões físicas por dia em 2023.
O alto índice de violência contra a mulher está ligado à estrutura social do país. Quem explica é a pedagoga da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Pará, Anne Freitas.
“Historicamente, esse modelo patriarcal que gera essa violência está relacionado ao fato de que, ao gênero masculino, foi dado poder desigual em relação ao gênero feminino. Se a gente for pensar, ao gênero feminino são destinados os cuidados domésticos, com a casa e com a família, enquanto ao masculino foram destinados os espaços de poder, os espaços de decisão. Se a gente olhar esse modelo de educação patriarcal, a mulher cuida dos filhos.”
Acionar o 180 e procurar a rede de proteção à mulher é o primeiro passo para romper o ciclo da violência, como explica a pedagoga.
“Então a gente precisa ir às delegacias, ou falar com alguém da rede assistencial, como o CRAS, o CREAS, o Ministério Público, ou a Defensoria, e dizer: ‘olha, estou passando por isso, o que posso fazer para romper com essa violência?’. Mas se essa mulher não tem condições ainda de registrar uma ocorrência criminal, ela pode pedir uma medida protetiva para resguardar sua integridade física e psicológica.”
Se você é vítima ou conhece alguma vítima de violência doméstica, acione a polícia e denuncie. Você pode salvar uma vida.
Fonte: Fonte: Agência Brasil