A inclusão de conteúdo sobre direitos humanos na formação de policiais é um dos objetivos do Ministério dos Direitos Humanos, segundo a ministra Macaé Evaristo. Ela anunciou nesta quarta-feira (19) a rede Tecer Direitos, que vai mapear e reunir cursos diversos sobre direitos humanos. A iniciativa deve ser lançada em junho e a adesão começa em agosto.
O objetivo é articular órgãos de governo, organizações internacionais, sociedade civil e instituições de pesquisa. Segundo a ministra, cursos do Ministério da Justiça e Segurança Pública devem ser incorporados. A Secretaria Nacional de Políticas Penais já demonstrou interesse na rede de formação.
Macaé informou que já conversou com alguns governadores e instituições ligadas às polícias e disse que a resposta é boa, incluindo sindicatos policiais que demonstraram interesse na incorporação da pauta.
“Quando a gente está falando de direitos humanos, a gente está falando inclusive desse trabalhador e dessa trabalhadora que muitas vezes está exposto lá no dia a dia a essa contradição. A gente tem sido muito demandada na pauta, por exemplo, de violência política, de gênero, de assédio, por mulheres dentro das forças de segurança.”
As formações não se restringem à segurança. A iniciativa também quer mostrar que lutar por direitos não é um crime. Segundo a ministra, a falta de acesso a creches e casos de violência obstétrica também precisam ser discutidos.
“A mãe que tá lutando por uma vaga na creche, que ela entenda que não ter acesso a creche é negação de direitos humanos, e que ela não é bandida por querer acesso a creche. Então primeiro nós precisamos desmontar essa chave que foi muito discutida no país.”
A expectativa é alcançar um milhão de pessoas por ano. Chegar às empresas também é um alvo. Em abril, São Paulo recebe um fórum regional de empresas e direitos humanos, coordenado pela ONU.
Fonte: Fonte: Agência Brasil
